“Planeta Fome” é o nome do novo álbum de Elza Soares, lançado dia 13/09. Como o título escolhido mesmo diz, é um trabalho muito político e crítico aos acontecimentos atuais num panorama mundial. Para abrir o disco, a canção escolhida foi “Libertação”, em parceria com o grupo BaianaSystem e a cantora Virgínia Rodrigues. Esta foi a única música lançada como single antes do trabalho completo sair.
Nos primeiros versos da música: “Eu não vou sucumbir, eu não vou sucumbir, avisa na hora que tremer o chão, amiga é agora, segura a minha mão” é uma ode à luta, à resistência, à perseverança, talvez as coisas mais presentes em toda a trajetória de vida de Elza.
A cada canção um novo tapa na cara, como se viu muito nos últimos trabalhos da cantora, mas com temática diferente, pois anteriormente seguiam a linha do feminismo, direitos de liberdade das mulheres. Neste, um retrato do caos brasileiro e do mundo, mas não só isso. Durante a obra vemos muito gritos de esperança, para levantarmos a cabeça, dar a volta por cima, derrubar o que nos parece ser mais forte, mas nós somos mais fortes que isso.
Além da parceria que abriu o disco, “Planeta Fome” contou com a colaboração também de BNegão e Pedro Loureiro em “Blá Blá Blá” e Rafael Mike em “Não Tá Mais de Graça”. Essa canção, inclusive, é um dos destaques. Eleva a autoestima da pele preta em cada verso: “A carne mais barata do mercado não tá mais de graça, o que não valia nada agora vale uma tonelada”. Fechando o disco, uma música que há tempos já estava presente no repertório de show da cantora, uma versão da canção Não Recomendado, do grupo Não Recomendados, projeto composto por Caio Prado, Diego Moraes e Daniel Chaudon.
Como sempre Elza com um trabalho incrível, não só dela, mas de toda a produção, todos os parceiros nas músicas, todo mundo que escreveu letras para ela. Um prêmio para todos. Um grande candidato ao álbum do ano, quem tiver que escolher entre tantas opções esse ano vai passar muita dificuldade.
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