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Lançamento | Faixa a Faixa do disco Eu Não Morreria Sem Dizer do duo Troá

Lançamento exclusivo do Faixa a Faixa do disco Eu Não Morreria Sem Dizer do duo Troá.
Foto Divulgação por Gabriel Castilho

O disco foi lançado hoje 21/10, espero que tenham gostado pois eu amei. E como parte do lançamento exclusivo do álbum aqui no Polvo Manco, trazemos para vocês uma explicação Faixa a Faixa escrita pelas meninas da Troá, assim vocês podem se sentir pertinho e por dentro de cada música.

Sigam aqui comigo:

1. Entre

A primeira música do álbum é uma pequena introdução só com bateria e voz que se entrelaçam com independência em viradas sem compassos definidos e um cantar que lembra versos declamados, é a representação das aflições que, aos poucos, se encontram com a força da música representada por esse instrumento muitas vezes subutilizado no seu potencial criativo. É o primeiro chamado do abismo, que nos puxa pra esse pulo incerto que é fazer o que amamos. Mesmo com as dificuldades de se viver dos nossos sonhos, eles continuam nos chamando se não os atendemos.

2. Você Me Dá Medo de Morrer Antes da Hora

A segunda faixa se inicia colada na anterior, ela é um blues rock com algumas referências da mpb e com instrumentação de power trio. Ela possui uma energia irônica que narra essa jornada insistente e teimosa que é estar exposta a um dia a dia que geralmente não corresponde às nossas maiores expectativas. É uma música que dá bastante destaque a uma característica da nossa essência, que são arranjos com variações rítmicas e grooves específicos. Ao final há uma conclusão enérgica e dançante, com referência de Ska. Os dias podem ser duros, mas seguimos firmes mesmo invadidas, deixando o mar nos deteriorar aos poucos. Na conclusão ressignificamos essa invasão, a partir deste momento nós guiamos a/o ouvinte por esse passeio.

3. Pó de Tutano

Começando novamente só com a bateria, que é seguida por um sintetizador, Pó de Tutano é um Rock funkeado sombrio e enérgico com referências do Funk dos anos 70, baixo bastante presente nas suas frequências agudas, guitarra que começa limpa pincelando o groove e que vai conquistando protagonismo e força mais a frente. O arranjo segue em uma crescida constante onde saxofone e vozes com bastante delay se entrelaçam num compilado das piores situações em que nos subestimaram e tentaram conter nosso  desejo de ocupar um lugar na música como mulheres instrumentistas. Nossa ideia principal foi opor essas vozes negativas com um arranjo que provasse justamente o oposto do que elas nos dizem.

4. Ímpeto

É a primeira música com participação, que teve Chico Chico nos vocais. Com referências de Forró e Reggae, Ímpeto tem um início silencioso, com uma guitarra abafada que vai ganhando corpo com a entrada do resto dos instrumentos, como um recomeço após uma tempestade. Ela narra a sensação destemida e resiliente que nos leva a caminhar com ainda mais força rumo ao mundo de conquistas que pode estar a nossa frente. Ao longo do arranjo, o piano que estava empoeirado reaparece aos poucos, renovado em uma timbragem mais eletrônica de teclado. Ela foi o primeiro single do “Eu Não Morreria Sem Dizer” e seus nuances de tempo, com viradas e mudanças de timbragem na bateria guiaram o início das nossas experimentações com elementos percussivos variados.

5. Tobogã

Com participações de Larissa Conforto no beat e na voz e Cristine Ariel nas guitarras, Tobogã é um triphop que narra as decepções e descobertas que rondam o prazer feminino. É a faixa mais eletrônica do álbum, que chega no auge das experimentações com linhas de voz, são 3 harmonizadas de maneira quase constante e carregadas de efeitos robóticos com trêmulos e oitavas. Em seu arranjo o groove é guiado pelos nuances bruscos entre o silêncio e a instrumentação carregada com baixo, guitarra, teclados, beat e alguns elementos de bateria. 

6. Pelo de Cobra

Com a presença constante de um violão de 7 cordas tocado por Pedro Fadel, Pelo de Cobra é uma faixa cheia de referências latinas, tanto na instrumentação quanto nas duas linhas de voz. Ela é repleta de variações de baixo no 7 cordas e tem um refrão crescente guiado por uma guitarra bem rasgada. Ela foi feita para ser uma canção de lamento que aborda o cerceamento estético que nós mulheres sofremos quanto à característica natural do corpo humano, tanto masculino como feminino ser coberto por pelos. 

Foto Divulgação por Gabriel Castilho

7. Antes de Ir Embora

Novamente com participação de Cristine Ariel, é a única música em que temos as linhas de guitarra como protagonistas em quase todo o arranjo. Com referências do Rock e da MPB, Antes de Ir Embora transita entre elementos de uma vida mundana e aflições causadas por alguns vícios sociais, como a aceleração constante no dia a dia, o consumismo e a pressão de se tornar um exemplo de sucesso enquadrado nas atividades mais remuneradas e respeitadas no imaginário coletivo. A composição harmônica e de letra do refrão coloca uma carga dramática no dia-a-dia que passa despercebido, pra tentar causar em quem ouve a reflexão sobre o quão sufocante pode ser o cotidiano e as expectativas contidas nele. Antes de Ir Embora é composta pela Carol e pelo Gabriel Castilho.

8. Luz Só do Sol

Essa é a música com instrumentação mais simples e crua: baixo, bateria, voz, e um teclado sustentando notas graves pra “forrar” e completar o peso e a consistência que Luz Só do Sol traz, não só na sonoridade, mas também na letra, que trabalha o paradoxo da simplicidade natural: fogo, sol, vento, morte e vida; somos nós. O arranjo é um rock moderno e preciso, com o baixo distorcido e oitavado para cima guiando a harmonia e combinando com a voz grave e potente da Carol. Essa faixa foi nossa aposta de deixar gravado num álbum uma música com estrutura mais próxima a que a gente faz ao vivo no formato de duo, com intuito de preencher e se bastar.

9. Eu Tenho Raiva

Eu Tenho Raiva foi a segunda música a ser gravada e lançada, e foi tomando forma conforme ia sendo tocada ao vivo. A música foi lapidada até chegar na estrutura final, um rock com riff forte, marcado pelo baixo e pela guitarra da Julianne Lima, uma das participações.Carolina compos Eu Tenho Raiva no meio do furacão, imersa na realidade conturbada do país, e essa faixa é um dos gritos mais altos do álbum. Usar a raiva como combustível

10. Bandeide 

Com alternância de compasso, triângulo e em ⅝, o tempo de Bandeide é tão desajustado quanto as relações familiares. Essa música começa falando da estrutura da casa, pra desencadear na base das diferentes vivências de família: as que apoiam, as que se ausentam, as que brigam e que não se falam. Família é um assunto definidor na trajetória de nós jovens, por se tratar da raiz que, querendo ou não, será arrancada ao longo de nossas vidas. Essa reflexão provocou na gente não só a composição, mas a inquietude de um arranjo que tem desde piano até reco-reco e chocalho, para dar uma ambiência de rangeres truncados e desencaixados. 

11. Deserta

Deserta é uma música composta pela Carol, mas que tem letra dela, da Manuella e do Gabriel. É uma música muito pessoal pra nós, porque ela mudou completamente na época da gravação. Chegamos a gravar um arranjo anterior com uma instrumentação bem mais densa, banda completa, solo de baixo, cítara, etc. Depois de um tempo percebemos que não estávamos ouvindo a própria mensagem da música e percebemos que estávamos deixando ela altiva e pé na porta por uma obrigação de dar força às pessoas, quase como uma autoajuda. Aquilo não fez mais sentido pra gente, deixamos tudo de lado e gravamos uma versão voz e teclado, extremamente intimista, nos deixamos ser melancólicas e digerir a dor antes de dizer que ela vai passar. 

12. Enchente

Enchente é a única música com uma linha só do álbum. Ela aconteceu num momento de distração, quando a Carol estava tocando o violão de canhoto (do Gabriel) e, na limitação das mãos invertidas, encontrou uma progressão que achou imersiva, boa de tocar por um tempo. Ela tem o caráter cíclico, sempre vai e volta, pra preparar quem está ouvindo pro fim do álbum. Ela passou pra gente uma sensação de conforto e imersão desde o início, com a gravação do violão e os pés batendo no chão nos sentimos aquecidas, um respiro no meio do álbum.

13. Nasce Morre Só

A última música do álbum tem participação da Dedé Teicher, ela fala do momento onde se percebe a solidão que a vida nos submete. Ainda que estejamos com amigos, família por perto, muitas vezes nos encontramos numa situação onde só nós mesmas podemos nos salvar. Seja pelos nossos sonhos, pra nos reerguermos, a força interna é essencial pra qualquer transformação. Essa música vem pra coroar a solitude e seu arranjo busca ser o mais expansivo possível, com guitarras com delays e distorções espaçadas, percussão, vozes e elementos de bateria. É a música com mais linhas de instrumentos, e nela buscamos usar elementos que geralmente não usamos, como ukuleles dobrados e descasados, moringa, reco-reco e efeitos.

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SHOW DE LANÇAMENTO

Show de 3 anos da PWR Records

“Eu Não Morreria Sem Dizer” têm show de lançamento em São Paulo, dia 2 de Novembro, no Z – Largo da Batata. Na mesma noite de lançamento do disco “Sobre os Prédios que Derrubei Tentando Salvar o Dia”, da banda também carioca Def. Ambos são lançamentos PWR Records, que comemora seus 3 anos.

Link do evento PWR | 3 anos: Def e Troá no Z:

https://www.facebook.com/events/2440468366212236/

Link para compra de ingressos antecipados:

https://www.ingresse.com/pwr3anos-def-troa-z

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Ouça o Disco:

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