
“Ferida Viva” é o nome do segundo disco do duo 2DE1. Visceral, assim, logo na lata, já defino este disco. Você também vai achar o mesmo logo que começar a ouvir a primeira faixa do álbum: “Meus Amigos”. Ela é um mergulho nas entranhas do âmago, do centro, do coração, da flor da pele, do medo, da sensação de insegurança, da vida muitas vezes maldita e mal vista, como se fosse errado ser quem é!
Transparente, verdadeiro, isso é explícito a todo instante. Não são duas pessoas cantando músicas, são duas pessoas cantando o que elas são, o que elas vivem, o que elas sentem, o que elas temem. Nem sempre é possível perceber isso em um trabalho, afinal não conhecemos os artistas de perto, mas nesse caso é diferente, pois podemos até não conhecer os irmãos Fernando e Felipe Soares, mas conhecemos pessoas que sentem o mesmo, vivem o mesmo, e isso traz um significado muito importante quando ouvimos o disco.
Além da luta dos LGBTQ+, as músicas trazem também percepções sobre o amor, sobre o sexo, sobre como ser quem é pode ser sufocante no mundo em que vivemos.
“Sentimos que precisávamos gritar sobre o que está acontecendo aqui. O álbum é a nossa melhor maneira de falar sobre isso e, de alguma forma, incentivar as pessoas a falarem também para que possamos lutar juntos”, completa Fernando.

Um pouco de R&B, um pouco de MPB, um pouco de eletrônico, um pouco de pop. Tudo isso formou uma consistência excelente e não deixou o álbum massivo, ele é pesado no conteúdo, na importância, no significado, mas leve na sonoridade, no ritmo, na fluidez.
Com direção e produção feita por Felipe e direção criativa por Fernando, “Ferida Viva” traz participações de Jup do Bairro na canção “Caju”, que aborda questões sobre fetichização de corpos trans, e Natália Noronha (Plutão Já Foi Planeta) faz um dueto na faixa “Desencontro”.
Forte e sincero, transpõe o sentimento cru e aprofunda no sentir do ser, do ser humano, ser vivo, ser livre.
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