
“Mundo Manicongo: Dramas, Danças e Afroreps” é o nome do novo disco do rapper Rincon Sapiência. Depois do sucesso astronômico de “Galanga Livre”, Manicongo trouxe pro novo trabalho muito de suas novas andanças pelo mundo desde o último lançamento.
Ritmo. Dança.
Você se envolve, sente, sente-se levado pela malemolência, impossível não dançar. Na levada dele, no ritmo dele, na sonoridade penetrante e única no rap nacional, a batucada, o beat, o instrumental, tudo é voltado pra te fazer mexer, rebolar, não ficar parado. Tá até difícil ouvir o disco ao mesmo tempo que escrevo, pois estou com mais vontade de dançar do que escrever.
Rincon Sapiência traz na bagagem anos e anos no rap undergound, fora da mídia, antes de lançar Galanga Livre, que o colocou como um dos maiores nomes do estilo no Brasil. Essa bagagem das ruas e das batalhas foi essencial para ele ter uma visão ampla do rap e saber muito bem o que fazer, onde pisar. Incluir eletrônicos na rap já é normal, mas Manicongo consegue adicionar outros elementos que complementam o eletrônico, como o afrobeat, funk, grime, os elementos de música africana, pagode baiano e muito mais influências que às vezes nem ficam tão evidentes.
“Como eu sou muito minucioso no que faço, e reluto para não cair em redundâncias, para mim foi desafiador, e eu precisava de um tempo. Não queria fazer o mesmo. Precisava explorar coisas minhas, sem ser forçado, e que eu ainda não explorei com todo o potencial. O eletrônico e a dança apareceram muito fácil, porque é o contemporâneo: os recursos de tecnologia, de teclados e softwares, já sugerem esses timbres e linguagens.” Disse o rapper em entrevista ao Estadão.

Rincon Sapiência tomou controle da produção do disco e tudo passou por ele: músicas, beats, timbre, texturas, assumiu fudidamente a direção executiva e isso pode ter sido um ponto-chave pra este disco ter ficado foda pra caralho.
As faixas “Mundo Manicongo” (lançada no Colors Studios na Alemanha) e “Amor e Calor” foram compostas em Portugal, juntamente com o produtor Mazbeats, de Guiné-Bissau. O disco traz outras grandes parcerias que enriquecem ainda mais o trabalho: Rael (Me Nota); Lellê (Sensação/Eu Mereço); 3Duquesa (Amor e Calor); Audácia (Na Palma da Mão); ÀTTØØXXÁ (Arrastão); Gaab (Lábios de Mel) e Mano Brown (Não Sei Pra Onde).
Valorizando culturas negras, não apenas nas letras, mas também na influência sonora, “Mundo Manicongo: Dramas, Danças e Afroreps” busca também valorizar a cultura periférica que é muito invisibilidade, principalmente no Brasil.
No final das contas é aquilo:
Nossa lei é tipo dance ou dance!
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