
“Raiz” é o nome do primeiro disco do cantor Fran (Francisco Gil). Escolheu usar este nome pois é assim que toda sua família o chama, é nesse apelido que ele se encontra. Depois de passar boa parte de 2019 trabalhando neste álbum, o ex-integrante das bandas Sinara, Niara e Os Gilsons apresentou neste último dia 10 um disco extremamente uniforme, conciso ao englobar diversas vertentes musicais brasileiras, muito do que ouviu e tocou durante toda a vida.
Abrindo o disco “Raiz” está a canção “Coração Tambor”, com uma linda introdução a um trabalho que fala de origem, ancestralidade, ritmo, África, Salvador, ou seja, raiz. Fran trouxe o ser como o centro de uma experiência que viaja pelos sons de percussões, que sente a energia, que revigora às batidas do que toca o coração.
O nome do disco, “Raiz”, também é o título da segunda música, um chamado a Xangô, falando sobre ancestralidade, sobre olhar para trás e ver as raízes. Essa música, uma parceria de Fran com Russo Passapusso (BaianaSystem), foi o ponto de partida para todo o disco.
Depois de iniciar com as percussões de “Coração Tambor” e trazer a guitarra baiana na faixa “Raiz”, a terceira música do disco traz outra parceira, agora com Caetano Veloso. “Divino Amor” é como um samba à beira mar, talvez um chamado a Iemanjá, um samba com a cara da Bahia. E a versatilidade de “Raiz” não para por aí. A faixa “Eu Mais Tu” é um forrózinho gostoso de dançar, já a canção “Bateu Forte” é uma balada romântica cheia de sentimentalismo e sensualidade.

“Leve Axé”, a penúltima música de “Raiz” (uma parceria com Ruxell), contou com a participação de Sol de Maria (4 anos), filha de Fran, sendo uma das vozes que entoam o coro “Assim eu vou, assim eu vou cantar, jogar axé pro mundo / Deixa, deixa levar, deixa que a onda vai, deixa levar”.
E não menos importante, a última faixa de “Raiz” traz novamente a guitarra baiana, uma ode à África, a herança, a tudo de bom que trouxe e, claro, a participação especial do avó de Fran, o mestre Gilberto Gil.
“Raiz” emana a energia da ancestralidade, de quem veio antes, batalhou, lutou e morreu por isso. Fran foi capaz de exprimir tudo num disco rico em ritmo, poesia e significado, conseguiu homenagear quem ele desejava homenagear.
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