
“Quase Rosa, Quase Azul” é o nome do primeiro disco da Suco de Lúcuma.
Existem bandas que criamos um carinho especial, para mim, Suco de Lúcuma é uma delas. Da efervescente e alucinógena cena psicodélica da cidade de São Paulo, de onde vem outras bandas incríveis como Applegate, Hiroshima Bunker e Berggasse, o grupo traz em seu trabalho de estreia um álbum em formato duplo: Quase Rosa e Quase Azul.
Não, não são opostos. São complementos.
Os circuitos são ligados de ponta a ponta, a energia vai passando por cada canção e sonoridade, se tornando cada vez mais penetrante.
As vibrações mexem com nossas sensações. Os efeitos são rasgados, barulhentos, horas contínuos, horas interrompidos abruptamente.

É uma experiência por vezes ruidosa, mas extremamente bem trabalhada para causar certos incômodos com glitch’s pontuais.
Os reverbs trazem a profundidade que nos imerge nas viagens alucinantes da estética psicotrópica criada pelos gritos das guitarras melancólicas que deixam nossas sensações estremecidas.
“Quase Rosa, Quase Azul” mergulha nas texturas lo-fi que elevam à audição mais suja em algumas partes, mas muito límpida em outras.
Bebendo da fonte da psicodelia, neo soul e colocando os pés no jazz, a Suco de Lúcuma criou sua harmonia sonora com influências de bandas lendárias como The Soft Machine e Pink Floyd, até projetos contemporâneos como Hiatus Kaiyote e Mac Demarco.

4 canções foram lançadas previamente, duas de cada lado do disco. “Ausência” (2018) e “Jardim Suspenso” (2020) representaram o Quase Rosa. “Fios de Desejo” (2019) e “Nada no Ar” (2019) trazem o Quase Azul.
“Quase Rosa, Quase Azul” levou 2 anos e meio para ser produzido, e é o trabalho que deu início ao selo e produtora Orelha Muda, fundada pelos integrantes da banda. Gravado no Wiro Estúdio, o álbum foi produzido pelo próprio grupo.
Suco de Lúcuma é Thomáz Bonatto (Vocal/Guitarra), Carlos Bechet (Vocal/Guitarra), Felipe Pizzutiello (Baixo) e Vicente Pizzutiello (Bateria). O grupo ainda tem 2 músicas na playlist Indie Brasil no Spotify e também será uma das capas da playlist.

“Quase Rosa, Quase Azul” é a transe que nos desconecta e reconecta de instante em instante, como se fosse uma paisagem urbana cinza, nebulosa e barulhenta que serve como uma alegoria inóspita e nociva do nosso século.
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