
“Olorum” é o nome do terceiro disco solo do mestre Mateus Aleluia, e o primeiro todo autoral.
Antes de falar do disco, vou voltar um tempo atrás…
Era uma terça-feira, 20 de novembro, feriado do Dia da Consciência Negra. Eu estava em casa e fui procurar algo na internet para fazer a noite, então encontrei um show grátis de Mateus Aleluia, eu nunca tinha ouvido falar sobre ele, decidi ir mesmo sem ter ouvido nenhuma música e sem saber o que me aguardava.
Essa foi uma das melhores decisões que tomei em minha vida.
Eu já fui em muitos shows, mas poucos me emocionaram tanto ao ponto de chorar. Mateus Aleluia conseguiu isso, e por incrível que pareça, logo nas primeiras músicas.
Foi um show lindo e impecável, saí de lá mais leve e aberto a compreender mais sobre outras culturas, músicas e até religiões.
“Olorum” me causou as mesmas sensações: emoção, lágrimas e saí mais leve.

É um disco que ultrapassa barreiras, que transpassa nossa pele, que se aloja em nosso coração. A força que as palavras nos trazem é acalentadora, mesmo quando mostram a luta e batalha de um povo.
Tudo é extremamente significativo.
É profundo como o calor que sentimos no cerne da nossa alma, alma que acende, respira e transpira a cada canção.
Muito além até do que entendemos, mas você não precisa compreender tudo, pois o sentimento e a sensação de paz nos contemplam e no fundo, bem lá no fundo sim, vamos entender o quanto a mensagem de sua música é essencial e benéfica para o nosso mundo, bem como a sua presença nele.
Assista a live show de lançamento do disco Olorum
“Olorum” também é uma incrível pluralidade musical. Vamos percorrendo os caminhos pela mata carregados de percussões que ditam nossa passada e cordas que mostram por onde devemos seguir. Instrumentos de sopros nos aproximam ainda mais, e as flautas são nossas guias para não se perder.
As canções nos deixam sempre perto da natureza, mas também da ancestralidade, da raiz, da terra, a terra mãe. A terra que viveu e sobreviveu, que perseverou, viu tudo, sentiu tudo, relutou por tudo e teve que se manter firme para nós que estamos aqui hoje.
O Disco

É amor, paixão e companheirismo. “Olorum” tem diversos pilares, e estes três fazem parte deles. Ao lado de Mateus Aleluia, três nomes de exímia qualidade na música.
O mestre João Donato colaborou nas canções “Amarelou” e “Bem-Te-Vi”, os dois ficaram muitos anos sem ver (durante as décadas em que Mateus morou em Luanda/Angola).
Thiago França nas faixas “Canta Sabiá” e “Pimenta Mumuíla” ao lado das Pastoras do Rosário, esta segunda música ainda conta com a ilustre participação da cantora moçambicana Lenna Bahule, que também canta com Mateus na música “Nganga Njila”.
“Olorum” tem produção musical de Ronaldo Evangelista e é um lançamento pelo Selo SESC.
Sesc eu te amo. Mateus eu te amo.
Os pés neste chão, mas o coração e adoração em todas as terras dos que vieram antes. A carga da ancestralidade é mais que presente em “Olorum”, e Mateus Aleluia foi quem nos deu este presente para refletirmos e repensarmos sobre o que somos, quem somos e o que vamos deixar para a nossa terra.
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