
“Cabeça Paranoia” é o nome do primeiro disco do músico, compositor e educador musical Cadu Scalet.
Com poucos minutos de diferença recebo mensagens de dois amigos, o conteúdo era o mesmo: o debut de Cadu Scalet. Duas indicações, quase simultâneas, do mesmo álbum, é claro que eu tinha que ouvir imediatamente. Com isso a expectativa também foi nas alturas. Mas logo na primeira canção, que dá nome ao disco, eu já estava entregue.
“Cabeça Paranoia” já começa com acordes mesclados entre o psicodélico e o dream pop, e vamos entrando nessa viagem sonora que, naquela altura, eu praticamente tinha certeza que seria incrível.
E aí tudo muda! Quando achei que seria uma doidera psicodélica, chegamos na segunda música, “Cuca”, e agora temos uma sonoridade flutuante com grandes toques de MPB dos anos 70 e 80, com sintetizadores, guitarras e aqueles efeitos que deixam as canções muito mais prazerosas de se ouvir. “Cabeça Paranoia” já mostra aí a sua versatilidade.
O disco é carregado de nuances, é de uma sutileza profunda, mesmo quando estamos nas canções mais agitadas e distorcidas. É muito completo, a gente viaja, se acalma, se emociona (e como, meus olhos carregaram de lágrimas algumas vezes). “Cabeça Paranoia” nos permite até relaxar, algumas vezes chega a soar como uma cantiga de ninar.
Ouça a canção “Cabeça Paranoia”
E uma canção vai se emendando à outra, e vamos indo, sendo arrebatados pelos timbres, pela voz gostosa de Cadu Scalet, e quando percebemos devoramos o disco todo e apertamos o play novamente.
É engraçado como este álbum se apresenta numa realidade em que estou vivendo. Traz um pouco do lado caótico e barulhento (que vivo todos os dias no trânsito sob buzinas e um calor infernal), mas depois me faz relaxar e me sentir bem (por ter sobrevivido mais um dia, quando chego em casa e agradeço por morar em meio ao mato).
Cadu Scalet conta que “Cabeça Paranoia é a extensão dos medos, nostalgias e esperanças melancólicas que traduz intimamente os delírios e verdades de uma mente vertiginosa”.
E é assim mesmo, com seus acordes que se movimentam constantemente, se entrelaçam e deixam nossa mente extremamente doida com toda a qualidade de cada detalhe que compõe esse disco maravilhoso.
O Disco

“Cabeça Paranoia” foi todo gravado dentro de casa durante o isolamento social. Cadu Scalet fala que escolheu “cuidadosamente cada detalhe, efeitos, instrumentos e arranjos para que soasse o mais próximo possível da atmosfera criada na minha imaginação”.
Ele diz ser um trabalho solo porque todo o processo de composição, escolha de repertório e gravação foi extremamente solitário, mas algumas pessoas colaboraram com o disco. Tannus (Tannus Estúdio) foi o responsável pela mixagem e masterização. Amanda Sylvestre, esposa de Cadu, fez o backing vocal em 4 canções. E essa capa maravilhosa de incrível y criativa y garbosa de psicodélica foi feita por Ruan Yagami.
Cadu Scalet colocou no mundo uma viagem louca, mas também a calmaria que precisamos nesse mundão maluco e conturbado. “Cabeça Paranoia” coloca a gente no espectro da idealização de um lugar onde a realidade e a alucinação sejam distintas, para aproveitar as duas na frequência, e quantidade, que quiser.
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Já perdi as contas de quantas vezes ouvi o álbum. Maravilhoso!
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Perdemos a cabeça com esse disco haha
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