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Resenha – Álbum | Guilherme Held: Corpo Nós

Guilherme Held foi sublime. Cada pedaço de “Corpo Nós” se conecta: com o tempo, com a vida, com o ser. Tudo em nosso Corpo. Tudo dentro de Nós.
Foto divulgação por José de Holanda.

Corpo Nós” é o nome do primeiro disco solo do guitarrista, compositor e produtor paulista Guilherme Held.

Obra-prima.

Assim mesmo. De cara. Na lata.

É só ouvir a canção de abertura do disco, “Tempo de Ouvir o Chão”, que você começará a sentir o que está por vir. Com ela, somos abraçados, envolvidos, encantados pelo flerte (quase casamento) com o Clube da Esquina. Eu, apaixonado pelo clube que sou, fiquei arrebatado.

Aguardei outras referências a este grande disco da música mineira. O que vieram foram pequenas (na verdade grandes) surpresas, que me levaram a uma viagem muito além do que estava esperando.

Baixo e bateria fazendo o ritmo e depois PÁ! Entra a voz de Tulipa Ruiz. Novamente me deleitei e confirmei que este disco realmente é o que promete, mesmo que não tenha prometido nada. A canção “Pólvora” é perfeita, inclusive a reta final da música em tons Avant-Garde Dadaísta. Guilherme e Tulipa fizeram uma dupla e tanto.

E então: Juçara Marçal. Uma das mais talentosas cantoras da história da música brasileira traz à canção “Corpo Nós” sua voz com toques de visceralidade em uma interpretação formidável.

E fechando a trinca de vozes brasileiras ao qual sou apaixonado está Ná Ozzetti. Não existe voz tão afinada quanto a dela. E com toda sua doçura e limpidez canta “Direito Humano”, uma faixa que se subserve à melancolia.

Ouça a canção Pólvora

Pense num mar aberto. As águas se movem em diferentes ritmos e frequências, e as ondas são responsáveis por levar as coisas ruins e trazer as boas. As ondas sonoras de “Corpo Nós” funcionam de forma bem parecida: levam nossa tristeza e trazem um relaxamento e acalanto inestimáveis.

Tão diversificado, tão significativo, tão simbólico. “Corpo Nós” consegue ser tudo numa coisa só. É o abraço, o beijo, o ritmo, o sol, o mar. Onde se propôs colocar os pés, deixou sua marca. Você nunca mais irá esquecer que flutuou pela MPB, pelo rock, jazz, pop e percussões de matriz africana. Você viaja. E nessa viagem é onde podemos nos encontrar.

O Disco

Capa do disco por Diego Max.

Trabalho de um exímio guitarrista onde a guitarra tem seu lugar, mas não é o destaque. “Corpo Nós” é por completo. Uníssono. Não tem nada em destaque pois ele todo é o destaque. Guilherme Held colocou sua marca, mas cada um que participou deste álbum incrível também pôde colocar.

E que time este trabalho juntou. Não me lembro de outro disco com tantos artistas pelo qual sou completamente apaixonado como este álbum.

Além de Tulipa Ruiz, Juçara Marçal e Ná Ozzetti, “Corpo Nós” conta também com Rômulo Fróes, Juliana Perdigão, Letieres Leite, Criolo, Curumin, Maria Gadú, Iara Rennó, Mariana Aydar, Marcelo Pretto, Nei Zigma, Thalma de Freitas, Filipe Catto, Fernando Catatau, Rubel, Kika, Péricles Cavalcanti, Beto Bruno e Lanny Gordin.

Corpo Nós” foi autoproduzido e recebeu a direção artística do músico e compositor Rômulo Fróes. Com mixagens de Gustavo Lenza e Carlos Lima e masterização de Felipe Tichauer. É um lançamento pelo selo YB Music.

Guilherme Held foi sublime. Cada pedaço de “Corpo Nós” se conecta: com o tempo, com a vida, com o ser. Tudo em nosso Corpo. Tudo dentro de Nós.

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