
“Naka & Os Piranha” é o nome do segundo disco do cantor e compositor nipo-brasileiro-amazônico Marcelo Nakamura.
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Primeiro segundo: algo experimental.
Segundo segundo: opa, música brasileira.
Terceiro segundo: eu já tinha começado a entrar no ritmo.
Assim mesmo, coisa rápida, até mais do que eu poderia imaginar, “Caso Encerrado”, primeira faixa do disco, me tomou de uma forma indescritível.
A minha surpresa se deu pelo fato de eu já ter ouvido falar do Naka & Os Piranha, porém nunca havia parado para ouvir. E agora não paro de ouvir.
Que disco incrível, que sonoridade envolvente, animada, dançante. A cada música eu me lembrava dos tantos e tantos shows animados em quais já fui com os amigos, do tanto que dançamos, do quão bom era estar ali apenas sentindo os ritmos das canções. “Naka & Os Piranha” me proporcionou exatamente as mesmas sensações, se o álbum em si foi capaz de fazer isso, imagine só um show, com certeza eu preciso muito!
Carregado de carimbó, impossível ouvir este disco e não lembrar de Dona Onete com toda sua energia, ritmo e talento. Ouvir as canções e não lembrar de Academia da Berlinda e toda sua versatilidade também é impossível. “Naka & Os Piranha” conseguiu pegar o melhor destes dois exímios trabalhos tão cultuados e formar seu novo disco, cheio de swing nortista, ou até mesmo folk amazônico, como um trabalho acadêmico já definiu uma vez.
Assista ao Lyric vídeo da canção Din-Din
Além dos ritmos brasileiros, o novo trabalho de Marcelo Nakamura traz também um pouco de cumbia, influências caribenhas, brega, bagaceira, ijexá e tantos outros, tudo com uma roupagem moderna e com camadas de beats e sintetizadores.
“Usamos beats, samples, synths, coisas que nunca imaginava que usaria em uma gravação. O caminho seguiu para uma tendência atual, mas sem deixar o orgânico de lado. Ao contrário, demos ênfase à fusão, de um modo natural”, conta Nakamura.
O Disco

O formato trio de Naka & Os Piranha surgiu no momento em que Marcelo passou um tempo em São Paulo e precisava de uma banda para acompanhar seus devaneios sonoros amazônicos. Nisso conheceu Remi Chatain (que assumiu o saxofone) e Bruno Duarte (que comandou a percussão).
Além do trio, o novo trabalho conta com uma série de participações especiais: Otto, Samuca (Samuca e a Selva), Mariana Degani, Bruniño, as guitarras de Rafael Ângelo (Alaídenegão), o violinista Diego Cosamores, além do compositor Magaiver (Casa de Caba) e os metais de Nicolly Silva e Eliézer Tristão.
O álbum “Naka & Os Piranha” tem produção musical e mixagem por Remi Chatain, masterização por Maurício Gargel e produção executiva por Zé Luis Grillo. Gravado entre março de 2019 e março de 2020, no Estúdio Guevara. Naka & Os Piranha foi contemplado pelo edital de Conexões Culturais 2020 da Lei Aldir Blanc para a finalização do disco.
A viagem pelas sonoridades plurais brasileiras é com certeza o ponto alto de “Naka & Os Piranha”, você sente, dança, se solta e sai com a alma lavada e levada por canções extremamente cativantes.
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