
“Cosmo grão e o reflexo do que não se vê” é o nome do novo disco da banda pernambucana de rock instrumental Cosmo grão.
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A escuridão sempre nos privou de algumas coisas as quais nunca vamos saber quais são. A escuridão expressa um excesso de tristeza, melancolia, frieza. “Cosmo grão e o reflexo do que não se vê” está nessa escuridão repleta de caminhos intransitáveis, mas em contrapartida de sonoridade com muita clareza.
São as guitarras do stoner rock que trazem o grave que nos guia pelo percurso sonoro e no completo breu causado pelas noites carregadas de poluição e pelo apagão da esperança do futuro que foi totalmente privatizada.
Mesmo sem palavras, “Cosmo grão e o reflexo do que não se vê” parece tocar a todo instante na ferida da sociedade, na política fatídica que assola a nossa já emaranhada cabeça. É um disco com extremo significado que chega à estranheza, pois como na ausência de vocábulos conseguiu me deixar reflexivo sobre tudo isso?
As escolhas das linhas instrumentais criam uma atmosfera extremamente sólida e também insólita, não habitual ao que estamos mais acostumados a ouvir por aí nas camadas supérfluas.
“Cosmo grão e o reflexo do que não se vê” se apresenta no mais puro instrumental stoner rock de fortes flertes com o psicodélico e com a barulheira urbana de noites de inseguranças, seja nas ruas ou dentro do peito.
As experimentações estão escancaradas desde os primeiros instantes do disco. Rock progressivo, post-rock e shoegaze também aparecem ao decorrer da obra. A energia é contagiante, e as viagens delirantes.
O Disco

Incentivado pelo 1º Edital do programa de fomento à produção em música de Pernambuco – FUNCULTURA 2016/2017, “Cosmo grão e o reflexo do que não se vê” foi composto entre os anos de 2017 e 2019 e foi pré-produzido sob o formato de residências criativas realizadas no home estúdio Glândula, Agreste de Pernambuco, e conta com o trabalho de gravação, mixagem e masterização do músico e produtor musical pernambucano Mathias Severien (Estúdio Pólvora/Recife).
Se partimos do pressuposto que a arte é o reflexo do que estamos vendo na sociedade, fica claro que o disco “Cosmo grão e o reflexo do que não se vê” não pode ser mais atual do que ele é.
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