“Um Som” é o nome do segundo disco do cantor, compositor e violonista sergipano Dami.
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A beleza das notas é magnífica. O sonido reverbera muito da riqueza musical da nossa terra, do país Brasil que, com certeza, é um dos melhores quando se trata de música instrumental. “Um Som” não é apenas um som, é um apanhado de sensações proporcionadas por acordes tão lindos e, por vezes, singelos.
É uma viagem, uma longa, bela e gostosa viagem, como se fosse toda percorrida de trem, a famosa Maria Fumaça que corta as montanhas verdes de Minas Gerais até chegar as rochosas montanhas do Tibete.
Por todo caminho somos abarcados pelas sonoridades límpidas e abonados de muita versatilidade e virtuose, pois não apenas Dami, mas todos os músicos que participaram da composição do disco alcançaram um elevado nível de competência técnica para distribuir as notas e acordes tão perfeitamente, formando paisagens sonoras dignas de grandes mestres da música popular instrumental.
Me envolvi com o disco logo no início, na primeira música. Foi perceptível que “Um Som” iria me transportar mentalmente para qualquer lugar que eu quisesse, afinal vocês já sabem bem que eu amo fechar os olhos e deixar meus pensamentos me levarem enquanto estou sentindo a vibração e sensações das canções.
E na hora de escrever isso aqui também foi tudo muito fácil. Bom, mais ou menos, pois fiquei com medo de estar exagerando nos elogios – mas não estou não, podem confiar.
“Um Som” com certeza é reflexo de muito estudo da música popular e muita prática para conseguir chegar nesse resultado que abrange várias vertentes da música brasileira, principalmente a bossa nova, samba, mpb, choro e jazz. Mas não só isso, a pesquisa musical de Dami levou-o para outras atmosferas e sonoridades, como é possível perceber principalmente nas canções “Interlúdio: O Som das Brenhas” e “When”.
“No âmbito da música, o título ‘Um Som’ faz referência ao termo ‘uníssono’, que representa a forma mais simples de várias vozes cantarem uma melodia: cantando a mesma nota na mesma oitava ou numa oitava diferente. No entanto, no âmbito do álbum, eu vejo uma interpretação completamente oposta para o título ‘Um Som’, que na verdade significaria justamente os vários sons que a gente pôde desenvolver no disco. Como quando a gente se junta com amigos para tocar e diz: vamos fazer um som! O ‘um’ simboliza as mil possibilidades. É por isso que esse disco tem uma mistura de vários gêneros que fazem parte do meu mundo, como o samba, o choro, o rock, a música experimental e a canção”, explica Dami.
O Disco
O álbum começou a ganhar forma em 2018, quando o entrosamento da banda que acompanhava Dami nos palcos foi traduzido em estúdio. O bom resultado das gravações foi o pontapé inicial para a produção, trabalhada ao longo de alguns anos e concebida com a ajuda dos fãs através de financiamento coletivo, que além do disco resultou num incrível songbook com todas as cifras e partituras das canções, além de belas ilustrações de Medevi e um texto de apresentação Guga Montalvão.
“Um Som” foi composto por Dami com apoio da sua banda principal formada por João Mário, Danyel Nanume e Rafael Ramos, além de participações especiais de Lucas Campelo, Wolfgang Ribeiro, Felipe Freitas, Maísa Nascimento, Filipe Williams e tantos outros.
Está intrínseco em cada uma das camadas que compõem “Um Som” o esmero imposto neste disco, não é excesso de diligência, é apenas reflexo da jornada musical de anos que culmina em um trabalho vasto e extremamente fascinante.
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