Nada Para Num Instante, da O Elevador, instiga nossa percepção e compreensão da realidade com psicotrópicos sonoros

“Nada Para Num Instante” é o nome do terceiro disco da banda catarinense O Elevador.

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Absolutamente nada.

Silêncio, calmaria, como se o tempo estivesse parado.

Play.

Num instante o nada desaparece, uma vontade vai surgindo, tomando conta aos poucos. Essa vontade nada mais é do que viajar. Cada um curte uma viagem, a minha com certeza é “Nada Para Num Instante”, a música que abre o disco.

Quem me conhece sabe (eu sei que quase sempre escrevo isso, desculpe), ser levado para diversos lugares e estimular minha mente ao máximo ouvindo canções é o que eu mais gosto, por isso o rock psicodélico tem sempre seu lugar aqui no meu coração. Este disco me proporciona exatamente isso, estar em contato com aquilo que aguça meus sentidos mentais e até mesmo as paranoias dessa vida de instantes.

Eu poderia muito bem devorar “Nada Para Num Instante” e só depois escrever, mas sabe aquela sensação indescritível de ouvir uma música maravilhosa pela primeira vez? Aquela que nunca mais volta mesmo que ouça zilhões de vezes? É, mesmo sendo indescritível eu tento descrevê-las no instante que ouço, por isso nada aqui é técnico, é tudo sensorial.

Ouça a canção “No Espaço em Vão”

O sentimento de contemplação nos segue a todo instante. Instantes pode ter sido a escolha perfeita para ajudar a compor o nome do disco, afinal, a cada canção, é impossível não imaginar paisagens, dessa vez não apenas sonoras, mas visuais também e, ali, naquele instante, você se depara com a sua vida, com o redor, com o interior.

É como estar sentado na beira de um penhasco, olhando o mar de solidão que varre as impurezas das almas de cada um que sentiu sua dor, que sangrou, que transpirou para depois estar novamente em pé. Naquele instante você tira uma foto mental, olhando a imensidão, com a cabeça pensando em milhares de coisas mas sentindo uma paz incrível, essa foto, esse momento é “Nada Para Num Instante”.

Não direi mais nada sobre essa magia, afinal você precisa senti-la.

A Capa

A capa ilustra o título do álbum de forma literal ao captar um instante em movimento. “A concepção visual veio através da escolha da linguagem: a fotografia era quase que a única opção que me parecesse capaz de dialogar com o sentido literal da frase que intitula o álbum. Se nada para num instante, o registro fotográfico acusa a existência de algo que pode ou não estar em movimento, e isso bastava para a concepção artística; o corpo, as luzes e o tecido ao vento foram pensados através da pesquisa de referências estéticas e em diálogo com a criação da capa do single “no espaço em vão” que já carrega o tecido e uma mão (que pertence a um corpo)”, explica a fotógrafa e artista visual Bill, que assina a arte.

O Disco

A banda O Elevador se preparava para montar um estúdio onde gravariam o terceiro álbum, mas aí veio a pandemia e o resto da história todo mundo já conhece. No entanto, através do apoio do edital de emergência da Fundação Cultural de Itajaí – Lei Aldir Blanc, o disco “Nada Para Num Instante” acabou nascendo em meio à solidão dos integrantes, cada um no seu universo.

O disco foi todo composto pelos integrantes, desde a instrumentação de Thiago de Paula (guitarra), Alexandre Schafaschek (bateria), Gustavo Barbosa (voz e guitarra) e Thalison Moschetta (baixo) até a gravação, mixagem e masterização.

O disco é uma viagem intergaláctica dentro da nossa mente. É dúvida, conflito, reflexão. Tudo está em movimento, “Nada Para Num Instante”.

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