
“Manchaca Vol. 2” é o nome do novo trabalho da banda goiana Boogarins.
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Experimental [adjetivo].
Que se pauta na experiência, no conhecimento prático; empírico: método experimental.
Diz-se da pesquisa ou método científico que prioriza o conhecimento adquirido através da prática, da observação, de estudos concretos; em que há experimentação.
Experimentar [verbo transitivo direto].
Verificar as qualidades de; pôr à prova; executar: experimentar uma ponte.
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Experimentar o experimental, isso o Boogarins leva a ferro e fogo desde sempre. Quem já foi em algum show deles sabe muito bem o que fazem no palco, chega a parecer que nada foi ensaiado, afinal o que eles estão fazendo ali em cima é o próprio ensaio. Cada show é um show, nada é igual, toda oportunidade de tocar uma música em algum lugar eles sempre modificam alguma coisa. Já fui em 5 shows, nenhum teve o mesmo set list, nenhum foi tocado e conduzido da mesma forma.
Esse é um dos motivos que colocaram o Boogarins como uma das melhores bandas quando falamos em testar sonoridades. Quando entram no estúdio as possibilidades se abrem e nunca sabemos no que vai dar. Bom, não sabíamos, mas agora podemos ter o gostinho de como isso é, pois “Manchaca Vol. 2” chegou.
Como a própria capa diz, o novo disco é uma compilação de memórias, sonhos, demos e outtakes da estadia da banda em Austin, Texas. Se você tinha vontade de acompanhar as experimentações e testes da banda em estúdio agora você tem dois discos para conferir essa experiência (“Manchaca Vol. 1” foi lançado em 2020).
Ouça a Canção Far and Safe
Não podia ser diferente, este álbum é pura lisergia sonora com suas camadas e camadas principalmente de sintetizadores e pedais que criam um aspecto bem psicodélico, indo direto no córtex auditivo e causando as sensações mais desvairadas e alucinantes, pois ativa as áreas de movimento, memória, atenção e claro, das emoções.
Mas as canções também podem confundir muito nosso cérebro, pois como ele vai distinguir toda a relação ao tom, ritmo, volume, timbre, harmonia, localização espacial e ressonância se a música nunca é contínua? É Boogarins, vocês fodem a nossa cabeça.
“Manchaca Vol. 2” é uma obra e tanto e nos proporciona uma grande viagem. Ouvir cada uma das canções libera muita dopamina, causando uma sensação extraordinária de prazer e muitas vezes até arrepios.
Quando conseguimos compreender as camadas, por mais complexas ou “estranhas” que pareçam, a jornada fica ainda mais surreal, afinal o roteiro de cada uma das faixas combina perfeitamente com um ensaio com psicotrópicos.
O Disco

“Manchaca Vol. 2” é a segunda parte de uma série de lançamentos de arquivos da banda Boogarins, as músicas são baseadas em improvisações e colaborações em estúdio. O álbum combina canções das sessões de gravação de “Lá Vem a Morte” (OAR, 2017) / “Sombrou Dúvida” (OAR, 2018) feitas em Austin, TX entre 2016-2017 com sessões de pré-produção / ensaio para “Sombrou Dúvida”, realizada em 2017 em o estúdio Fábrica de Sonhos em São Paulo.
A faixa “Basic Lines” é em inglês e foi composta nos primeiros dias da banda, mas nunca havia sido gravada. Já “Far and Safe“, que fecha o disco, é a versão em inglês da música “Te Quero Longe” e teve a letra reformulada por John Schmersal (Brainiac, Enon, Vertical Scratchers e Caribou) e é maravilhosamente cantada por Erika Wennerstrom (Heartless Bastards).
“Manchaca Vol. 2” foi gravado nos estúdios Space Studio, Austin, e Fábrica Dos Sonhos, São Paulo. Com produções de Gordon Zacharias e Benke Ferraz, além de Tim Gerron, Michael Pierce e Bernardo Pacheco. Mixagens por Benke Ferraz, Bernardo Pacheco, Alejandra Luciani e Renato Cunha. Masterização por Dan Milice.
O resultado da imaginação que tende a não se realizar acabou se transformando em “Manchaca Vol. 2“, um álbum com a mais pura viagem sonora com compilações que vão além da psicodelia e faixas experimentais e inéditas.
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