
Chegou a semana S, afinal sei que a maioria da galera que segue aqui tá pra se vacinar, os humilhados vão ser menos humilhados rapaziada, e eu aqui apenas um portador da música querendo trazer alegria pro meu povo. Tá no ar a semana #09.
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[Esque]Ser (Álbum) – Márcio Lugó

As levezas sonoras vão se apresentando ao longo de cada nota, cada arranjo, e vamos sendo contemplados de uma forma tão bela que só ouvindo mesmo para sentir. Márcio Lugó entregou-se para este trabalho e nos entregou um trabalho onde podemos mergulhar profundamente assim como ele fez para trazê-lo ao mundo.
“[Esque]Ser” é um disco completamente singelo e doce, mas com muita alma, uma alma viva, uma alma que quer ser mais, que deseja adentrar em nosso peito e ali fazer morada – ou revolução. Boa parte das canções são bem calmas, mas algumas trazem outras características que deixam o álbum ainda mais rico. A faixa “Longe”, por exemplo, foi construída mais próxima do rock e traz uma linha de baixo que é muito destacada por toda a música, e ainda elementos como sintetizador emolduram a música como uma das melhores do disco.
A faixa seguinte, “Escolha”, também é destaque com sua força musical passando muito pelos belos trabalhos do violão e teclado, além da letra, claro.
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Soul (Single/Clipe) – Melly

Soul. Estilo musical muito difundido faz décadas. Também é uma palavra em inglês que significa Alma.
Alma. [substantivo feminino].
Princípio espiritual do homem que se opõe ao corpo.
[Religião] Composição imaterial de uma pessoa que perdura após sua morte; espírito.
Entrar de corpo e alma. Entrar de corpo à música. A música se conectar à alma. A alma da música. Todas as conexões se encontram em “Soul”, mais novo single da cantora Melly. Que música fantástica, tem realmente tanta alma, tanto soul, tanto swing, tanta sensualidade, tudo muito bem envolvido com a sonoridade R&B. Poucas músicas podem tocar a gente tão rápido como essa canção me tocou.
Além do single, um videoclipe extremamente delicado, doce e sensual acompanha o lançamento. Que produção fantásticas. Sério vocês tem que ver e ouvir isso, é bom demais. O clipe tem direção de Edgar Azevedo e assistência de Victor Pitanga, além de caracterização por Jaine Pita e atuação de Nadson Borges ao lado de Melly. Já a canção foi gravada no Estúdio A Lagoa Grande (Salvador) e foi produzido por Manigga, com Pedro da Mota fazendo a mixagem e masterização.
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The Dancing Plague (Álbum) – Entropie
Se você acompanha a playlist Polvo Mundi com certeza já ouviu Entropie, a canção “Teenager Summertime” já figurou por lá e quem ouviu gostou. A faixa foi a que precedeu este primeiro disco dos franceses e trouxe uma sonoridade indie extremamente animada, alto astral total, daquelas que você ouve e quer dançar aleatoriamente pois toma conta do corpo todo, algo similar ao que acontece quando ouvimos Lisztomania do Phoenix. Ah, aproveita e assista ao clipe que acompanhou esta música, tão bem produzido e muito bonito esteticamente: (Clipe Teenager Summertime).
Voltando ao disco “The Dancing Plague”, as sonoridades que a banda trouxe para ele vão além do indie animado, temos também referências de rock dos anos 80, um pouco de The Smiths (espero que sem a ignorância do Morrissey), também uns pequenos toques de shoegaze dos anos 90. E com certeza tantas outras referências de artistas que eu nunca ouvi falar mas que faz parte da construção sonora que a Entropie buscou para enriquecer seu álbum de estreia.
Além do álbum, a banda trouxe mais um material áudio visual para divulgar o disco: Entropie – The Dancing Plague [Official Music Video] que traz um vídeo introdução e depois um clipe da canção que dá nome ao disco e que fecha ele. Assista aqui.
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Sede ou Sonho? (Single/Clipe) – Bakiega
Pop brasileiro com pequenos elementos do brega, da música eletrônica e boas camadas de música indie, assim a gente pode definir superficialmente “Sede ou Sonho?” novo single do músico paranaense Bakiega, nome artístico de Gabriel Bacchiega. Eu disse definir superficialmente pois afinal por qual motivo a gente deve definir uma música? Se a gente não reduz pessoas a definições não devemos fazer o mesmo na música, mas sempre nos pegamos fazendo.
“Sede ou Sonho?” é uma canção que dá aquela vontadinha de dançar sabe? Mas dançar juntinho, como a gente não pode fazer isso agora (sorte de quem pode), vamos dançando sozinho mesmo.
A faixa traz arranjos que misturam orgânico e eletrônico, este segundo com maior destaque dentro da música, quem gosta de Duda Beat, Jaloo e Silva está mais próximo a gostar dessa canção.
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Vegan Eletroclash (Álbum) – Game Beat Robot

Músicas não convencionais que às vezes beiram a vanguarda e trazem aspectos e camadas e camadas de coisas que não conseguimos explicar muito bem, definir então, impossível! Mas essa é a graça, ouvir algo que a gente não compreende bem e ficar tentando decifrar o que está acontecendo, como quando vamos a um museu e ficamos tentados a interpretar uma obra que está ali exposta.
Game Beat Robot. O nome do projeto foi a primeira coisa que me chamou a atenção e me fez ficar com vontade de ouvir o disco. E o nome do disco “Vegan Eletroclash” também me aguçou e me motivou mais ainda a dar play. Ao decorrer das canções você vai ouvindo elementos que vão reforçando o nome do projeto, pois basicamente são beats de games e vozes de robôs. Superficialmente é isso, aliás até me lembrou CSS em várias partes.
Marcio de Almeida Bueno, compositor, multi-instrumentista e produtor gaúcho responsável pelo projeto, apresentou um trabalho eletrônico underground, um “experimentalismo não-mala” como ele mesmo define e traz letras panfletárias sobre libertação animal, veganismo e antiespecismo, sendo doze cantadas em Inglês, duas em Espanhol e uma em Japonês, totalizando quinze canções em pouco mais de trinta minutos de disco.
“Nos anos 80 eu comecei a brincar com um TK2000, o primeiro computador no Brasil com som. Fiz montagens usando toca-fitas e gravei minhas primeiras demos. Trinta anos depois, aqui estou eu“, comenta Marcio.
Para construir Game Beat Robot e o disco “Vegan Eletroclash”, o músico trouxe influências de Atari Teenage Riot, Kraftwerk, Sex Pistols, Phillip Glass, videogames antigos, Public Enemy, Ratos de Porão e dance music dos anos 80/90.
As gravações se deram ao longo do mês de junho no Estúdio Luiz, em Porto Alegre, com softwares e instrumentos convencionais e não foram usados samples de terceiros, tudo saiu da mente engenhosa de Game Beat Robot.
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Deixa (EP) – Baruqui

Leves riffs de guitarra nos dão boas-vindas em “Deixa”, faixa-título do primeiro EP do músico Bruno Baruqui, essa é uma canção com a qual nos envolvemos facilmente. Gostosa e levemente animada, a música me lembrou muito algumas faixas da banda Maglore e também alguns artistas gaúchos que eu conheço, talvez por isso eu tenha me conectado mais com ela.
Uma das coisas que eu mais gostei nesse EP foram os metais, quem me conhece sabe que eu AMO, e nesse trabalho do Baruqui tem isso a rodo e sempre muito bem colocado, sabe? Bem encaixado e nada de qualquer jeito. Talvez seja essa a influência de Beirut que Bruno comentou comigo. Aliás, essa forma de instrumentos bem alinhados não são apenas nos metais, todos estão muito bem redondinhos.
No começo, Baruqui escrevia e tocava suas canções apenas para si e sua família, até que um dia começou a ouvir seus filhos cantando suas músicas pela casa, a partir daí ele virou a chave.
Este EP é a sua estreia e traz arranjos de Juan Viana e arranjos de metais de Rodrigo Ferreira, além de diversos artistas convidados. Foi gravado no 39d. Studios e tem produção musical, mix e master por Juan Viana.
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