Lançamentos

Mini Mini Notas de Lançamentos da Semana #11

Mini mini notas rapidinhas sobre alguns lançamentos da semana (ou não) que você precisa ouvir e ficar de olho. Essa semana com: Viridiana, Tiago Sá, dereco e Bluebagbang.

Toda semana eu tento fazer uma introdução “legal”, porém essa semana sem tempo irmão, se eu tirar tempo pra fazer isso eu perco minutos preciosos de Olimpíadas. Tá no ar a semana #11.

3X4 (Single/Clipe) – Viridiana

Foto por Ana Beatriz Vieira

Um pop leve com mescla de eletroindie trazendo sintetizadores com uma pegada oitentista, que é um grande destaque dentro da música. Assim é a sonoridade construída para a canção 3X4, novo single e clipe de Viridiana, projeto artístico de Bê Smidt, multiartista trans não-binárie de Porto Alegre.

Viridiana canta sobre os desejos românticos e sexuais na era pós-moderna onde as telas são a principal ligação entre dois indivíduos, ainda mais no momento atual. Transpondo o fato de ser ume artista trans, traz nos versos de 3X4 também suas inseguranças e principalmente sobre como seu corpo (político) é visto, idealizando a ideia de uma “rainha da câmera frontal”, onde é você mesmo que escolhe o que deseja que os outros vejam, você que decide ser real ou apenas um personagem, fica para você a opção de resguardar seu corpo apenas a si.

A canção tem composição de Viridiana e masterização de Malka Julieta. Já o clipe tem roteiro de Viridiana e Juliana Franarin (que também fez a direção). É um lançamento pelo selo PWR Records via edital da Natura Musical. 3X4 é uma prévia do primeiro disco de Viridiana que já está em curso.

Encontre ae Artista:

Assista ao Clipe:

Querelas de Brasília (EP) – Tiago Sá

Capa do EP por Imaginarte

A crítica transvestida em uma sonoridade calma, levemente pop, com uma cara de MPB e influências de rock. Se você ouvir sem prestar muita atenção será mais uma música gostosa de ouvir. Mas a real é que você não pode deixar passar sem prestar atenção.

Tiago Sá traz seu EP Querelas de Brasília, bom, o nome já diz muito sobre, afinal querelas é o mesmo que queixas, reclamas, lamúrias. As canções fazem esse panorama crítico-social da atual situação decadente do nosso país, não é preciso me aprofundar pois já estamos profundos demais nesse poço que não tem fim.

Viver no Brasil tem sido um pesadelo necropolítico e a resistência é nos mantermos vivos junto com os nossos sonhos. Esse EP é em memória de Aldir Blanc* e das vítimas do desgoverno Bolsonaro, é minha afirmação de oposição e ao mesmo tempo uma espécie de terapia. Apesar do horror não deixo de contemplar a beleza que resiste junto com a esperança”, comenta Tiago Sá.

*Aldir Blanc é o compositor da clássica canção Querelas do Brasil.

O EP, que foi produzido pelo próprio artista, conta com as participações do rapper Japão Viela 17 em “Quase Tudo Bem”, do guitarrista Marcelo Barbosa da banda Angra fazendo o solo da faixa “Querelas de Brasília” e da cantora Andressa Munizo da banda Binarious na canção “Anticorpos Antifascistas”.

O EP “Querelas de Brasília” tem letras e produção do Tiago Sá, com mix e master por Ricardo Ponte e é um lançamento pelo selo digital nordestino Hominis Canidae REC.

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Ouça o EP:

psychoda’s tape (EP) – dereco

Capa do EP por Caio Mendonça e Caio Buono.

Dei play achando que seria uma doidera psicodélica, afinal o nome psychoda’s tape não me fazia pensar em outra possibilidade. Eu estava enganado, e como amo uma quebra de expectativa, obrigado por isso dereco. “psychoda’s shower”, canção que abre a tape tem sim sua dose de psicodelia, mas está muito mais próxima do lo-fi com um tiquinho de shoegaze, na moral, impossível ficar indiferente a essa música, leve, fluida, com ritmo e groove, boa demais!

Já as faixas seguintes ficam bem dentro do slowcore e sadcore, com sua acústica parecendo algo bem caseiro, introspectivo e até melancólico, mas te garanto que é muito bom. Na hora as canções me lembraram slinky johnny, um músico brasileiro que gosto muito, porém como provavelmente você também não conhece essa referência, posso dizer que psychoda’s tape tem a sonoridade entre Washer e Bedhead.

Só depois de ouvir, gostar muito e escrever isso que fui descobrir que psychoda são moscas, mas não apenas moscas, especificamente aquelas pequenininhas que ficam no banheiro, tá ligado? E eu aqui achando que era uma referência ao estilo musical kkkk.

O conceito nasceu de pensamentos recorrentes durante um momento em que faltam perspectivas de um futuro melhor, além da introspecção causada pelo distanciamento social e da observação de mosquitos no box do chuveiro. Tudo isso é abordado de uma maneira pouco usual: dereco canta as letras do ponto de vista dos mosquitos de forma a humanizá-los.

O EP foi gravado inteiramente pelo próprio artista em seu estúdio caseiro, foi mixado em conjunto com seu sócio e parceiro de longa data João Myrrha (Radio Exodus, Cayena, Mononoko) e masterizado por Anderson Guerra no estúdio Bunker Analog.

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Ouça o EP:

Manifesto dos Ventos Delirantes (EP) – Bluebagbang

Capa do EP por Marina Hungria

A primeira surpresa que eu tive nesse EP é a voz feminina que já ecoa em nossos ouvidos logo na primeira música. Assim, eu até já tinha ouvido “New Stars”, a canção de abertura de “Manifesto dos Ventos Delirantes”, mas são tantas músicas que ouço toda semana que havia até me esquecido. Os arranjos simples da canção não demonstram falta de esmero, afinal fazer algo mais simples é uma das coisas mais difíceis que existe, vide eu que escrevo e escrevo e demoro horrores para chegar ao ponto.

O único defeito do EP “Manifesto dos Ventos Delirantes” é que ele acaba. Passa rápido demais, só pouco mais de 10 minutinhos, eu chego até a pensar que talvez seja uma longa canção dividida em 5 partes. É tudo tão leve, calmo, gostoso de ouvir e, claro, melancólico. Que incrível trabalho de Marina Hungria, a mulher por trás do projeto Bluebagbang, uma estreia e tanto!

Além de compor e cantar em todas as músicas de “Manifesto dos Ventos Delirantes”, a artista também foi responsável pela execução de todos os instrumentos, mixagem e produção das cinco faixas apresentadas no disco, que teve a masterização feita por Rodrigo Florentino.

Foi desafiador do começo ao fim. Mesmo sendo em casa e no tempo que podia, foi difícil conseguir encontrar um horário propício, lidar com os cachorros, vizinhos e ruídos de construção ao redor. Foquei em fechar violão e voz no primeiro mês e no seguinte, gravar os outros instrumentos, que foram acontecendo naturalmente, sem muita preparação. Cada música demorou cerca de uma semana para ser finalizada”, comenta Marina.

Cada um entende as referências de uma forma, para alguns pode girar próximo a Belle & Sebastian, Little Joy e Devendra Banhart, mas pra mim remeteu mais a Antiprisma, um Boogarins acústico em alguns momentos e principalmente a fase inicial da carreira da sul-africana Alice Phoebe Lou. Para finalizar, a canção “Closing Door” foi a escolhida para ganhar um videoclipe tão belo quanto o EP. (Assista aqui)

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Ouça o EP:

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