Tá chegando mais novidades da semana e olha, essa é pra quem curte um sonzinho com doses de psicodelia ein? E não menos importante aproveito pra dizer que a agenda de shows do Polvo Manco tá de volta, mas agora em uma planilha no Google Docs. Clica aqui e confira show legais que você pode ir caso já sinta-se confortável para frequentar os shows. Tá no ar a semana #22 com Daniel Kowalski, Casacaracol e Adriana Vieira.
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Zero Gravity (EP) – Daniel Kowalski
Ambientações que beiram a lisergia e nos transportam para paisagens sonoras siderais numa viagem ao centro de alguma coisa que a gente não sabe o que. Centro da terra? Centro do universo? Centro do ser humano? As camadas empregadas em cada uma das linhas liberam a nossa imaginação e libertam nós, humanoides, das amarras construídas por sons convencionais e principalmente comerciais. Mas dentro desse questionamento eu me pergunto? Músicas que apresentam ambientações também não servem como trilha sonora de algo visual? Um filme, uma série, um comercial. Não necessariamente ambientações sonoras são coisas não comerciais. Viagem, né?
“Zero Gravity“, novo EP do músico e produtor brasileiro Daniel Kowalski me colocou nesse estado de questionamento mas, principalmente, de transe. O universo como algo maior e incompreensível sendo trabalhado por músicas que também podem fugir do inteligível. As músicas produzidas por Daniel Kowalski são gravadas em 432 Hertz, que representa uma quantidade de vibrações sonoras considerada pela medicina holística como uma das frequências mais poderosas de todo universo, possibilitando que uma simples trilha sonora nessa frequência auxilie no desenvolvimento do corpo, da mente, aliviando a ansiedade e o stress.
“A primeira provocação e influência que me levou de vez pra esse tipo de proposta foi quase científica quando recebi convite do Oxford Group (EUA), que se dispôs a financiar um trabalho de composição de músicas a partir da troca de experiências que tive com fundação europeia Aquera Foundation, que é uma instituição de medicina quântica que utiliza ondas sonoras pra promover curas físicas e mentais de diversas doenças. Esse trabalho se chamou A Healing Episode”, conta o músico.
O trabalho foi mixado e masterizado por Jordan Macedo e tem a composição gráfica assinada em conjunto por Thaise Kowalski e Wellis Raik.
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As Cabeças da Cúpula Colapso (Álbum) – Casacaracol
Uma doideira insana com doses de psicodelia frenética e fritação sonora sob conceitos meio bagunçados que me deixou um pouco perdido ao tentar entender tudo o que estava acontecendo ao mesmo tempo dentro de cada uma das canções. Algo meio, sei lá, dadaísta talvez, compreensível talvez só pra quem criou, mas afinal não seria essa mesmo a proposta? Ninguém ser capaz de entender tudo e ficar a cargo de cada um ter sua interpretação? Provavelmente sim.
Entre barulhos, beats, metais, sons de ruas, gritos, crianças, falação, barulho de baleia num violino (???) e tudo mais, temos também excelentes escolhas de nomes para as canções, como “Deus Se Revela ao Padre do Balão em Pleno Voo” e “Diagnóstico / Orbitoclast ou o Homem da Ciência Soletra“. É um caos ruidoso e barulhento por boa parte do tempo, exatamente da maneira que eu gosto, se você não gosta eu sinto muito, pois está perdendo uma certa forma de desconstrução sonora que nem sempre estamos acostumados.
“A Casacaracol é um projeto de música livre, incoerente e inconsciente. Livre associação. Lugar-acervo para meu trabalho. Etc. (…) E assim seguir com o caracol puxando lenta e constantemente seu casco/carapaça: casa em espiral. A espiral é e não é o caracol, é? Veja, se o caracol não puxar sua casa, deixa assim de ser caracol, não? Fugir da casa e levá-la eternamente consigo (para quando for preciso um esconderijo). Ou mais ou menos assim”, comenta o artista.
O disco “As Cabeças da Cúpula Colapso” é total a vibe da música “O Alienista da Vila Romana“, faixa que fecha o disco “Alma de Gato” de Tatá Aeroplano.
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Nada Só (Álbum) – Adriana Vieira
Mergulho tropicalista das décadas passadas, mas, pra mim, extremamente calcado sonoramente no psicodelismo nordestino dos anos 70 como Zé Ramalho, Alceu Valença, Lula Côrtes, Ave Sangria e muito mais. Muito dessa fritação, proporcionada por esses artistas fodas, conseguimos identificar principalmente nas duas primeiras faixas do disco “Nada Só“, estreia – matadora – da cantora e compositora paraibana Adriana Vieira.
Depois do início arrebatador com as músicas “Deviam Vender” e “Cordão Umbilical“, o álbum fica um pouco mais leve, calmo, mas ainda com bons tons psicodélicos de forma mais moderada e aí que entra um pouco mais do tropicalismo. É um disco bem anos 70 feito em 2021, amo demais isso.
“O disco é puro sonho. Daquelas coisas que a gente sonha e acha que nunca vai fazer. E uma hora a gente sente forte que precisa fazer. Estou juntando fios de um tecido muito grosso, ou peças de um quebra-cabeça grande demais. Pontas difíceis de unir, peças difíceis de encaixar”, resume Adriana Vieira.
O projeto do disco é antigo, mas seu início foi no começo da pandemia em gravações caseiras de Adriana Vieira juntamente com Marcos Campello gravando e tocando guitarra em algumas canções que a artista já tinha. Depois, ao lado de Marcelo Callado, a cantora assumiu a produção musical e o disco foi criando corpo. É um lançamento pelo selo YB Music.
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