
De todas as semanas do Mini Mini Notas de Lançamentos da Semana, essa tem um gostinho especial. Ocasionalmente, artistas pelos quais eu sou apaixonado pelo trabalho decidiram fazer lançamentos na mesma semana e eu tô morrendo de amores por isso ter ocorrido. É bom demais ver amigos realizando trabalhos tão incríveis, e se eu não desse destaque pra esses lançamentos que tipo de amigo eu seria, não é mesmo? Tá no ar a semana #26 com Jazzkey, D’Água Negra, Aquino e a Orquestra Invisível e Boletos Antiaderentes.
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Beijo Bom (Single/Clipe) – Jazzkey feat. Fúria

Esse é só um dos melhores sons de 2021. Na moral mesmo, se você ouvir e não curtir pode parar de me seguir pq minha curadoria não serve mais pra você kkkk. Eu acompanho a carreira de Jazzkey faz anos, antes mesmo dele escolher este nome artístico e é inegável a evolução do cara a cada lançamento, mas esse novo som é o puro creme, a nata, do novo R&B nacional. Dessa vez ao lado do outro gênio, Fúria, Jazzkey saiu um pouquinho do rap e se aproximou de uma sonoridade mais universal, bem na pegada da noite, das baladas, pique total pra tocar na Festa Sintonia, que é de São Paulo tá ligado.
Muito groove, beats fodas, aquele teclado maroto e puro swing no ritmo, melodia e tudo mais, além de boas rimas falando de romance. Os pretão mandaram bem demais, séloko. E vejam o clipe abaixo, olha a qualidade desse audiovisual, é pesado demais né? Esse manos têm que voar longe, pqp.
A faixa tem produção do próprio Jazzkey, que também assina a letra juntamente com Fúria, guitarras por Alex Dentinho e mix e master por 808 Luke. O videoclipe foda tem direção de Isabelle Índia e Lucas Messias e co-direção de Furianolhar e Mortacria.
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Erógena (EP) – D’Água Negra
Faz pouquíssimo tempo que eles apareceram por aqui, e cá estão eles de novo. Eu já disse várias vezes que não sou de falar, num curto espaço de tempo, do mesmo artista, mas assim, a gente sempre tem que abrir exceções às vezes e nesse caso não tem como não dar destaque pra este EP do D’Água Negra, “Erógena” é um dos melhores desse ano. Se o som da banda chegar até as mídias onde devem chegar, com certeza você verá este EP nas listas de melhores do ano.
Novamente esse trio entregou TUDO neste trabalho, que obra bem construída, bem composta, quando a gente ouve parece que tudo foi simples, mas a arte de fazer coisas complexas parecerem fáceis não é pra qualquer um. Mas entre essas complexidades sonoras e amontoados de instrumentos, somos levados por sons que nos puxam pra dançar, independente da música ser mais ou menos enérgica, a gente não consegue controlar nosso corpo que vai se mexendo totalmente influenciado pelas notas que tomam conta de nossos ouvidos.
É jazz, é soul, é indie, é psicodélico, é R&B, é TUDO! São 3 canções inéditas, mais 3 interlúdios e a faixa “Acopalices”, que abre o EP, foi o single lançado anteriormente que ganhou um videoclipe incrível. Acho que encerro por aqui, o resto você ouça e descubra!
D’Água Negra é Clariana Brandão Arruda, Bruno Barrozo Belchior e Melka. O trio foi responsável por todas as composições de “Erógena“, mas contaram com Erick Omena que colaborou na produção musical e arranjos, além de Jeferson Sousa na mix e master e um vasto time de instrumentistas incríveis que dão toda a carga sonora imprescindível para este trabalho. É um lançamento pelo Selo Amplifica Records.
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20 Anos e Meio (Single) – Aquino e a Orquestra Invisível

As sonoridades brasileiras sempre foram parte essencial da Aquino e a Orquestra Invisível, mesmo que algumas vezes ela não aparecesse tão nitidamente. Mas dessa vez essa característica está bem destacada no novo single “20 Anos e Meio“, mesmo com as camadas de pop, indie, beats e tudo mais. Numa pegada verão tropical Rio 40 graus, a canção é leve, tem fluidez e cativa a gente rapidamente, até mesmo no comecinho onde já nos pegamos cantarolando junto com João Soto, quando você ouvir saberá.
O trio carioca já vem demonstrando novas experimentações de sons em suas músicas, “Stevie Wonder” (single anterior), também trouxe isso, mas as faixas são bem distintas, ainda sim é notável que o grupo está buscando modificar, ou melhor, agregar novas perspectivas para o seu trabalho. “20 Anos e Meio” é um ótimo exemplar de que você pode muito bem tentar coisas novas e trilhar novos rumos. Essa mudança coincide muito bem com o início da vida adulta, onde queremos mais, porém ficamos perdidos às vezes, ainda mais nesses tempos sombrios que estamos vivendo.
Isso acabou se tornando um dos pontos da nova canção, uma nova realidade de se apaixonar em meio à uma revolução tecnológica, na qual temos a pessoa amada a um toque de distância.
Sobre o tema, a banda evidencia: “queríamos fazer algo que representasse essa inquietação que sentimos hoje, essa hiper exposição às informações e a vontade de estar com as pessoas o tempo todo, já que isso é uma realidade possível em um ambiente tecnológico. O novo single é sobre querer ver o mundo além das telas que cercam a gente, ao mesmo tempo que evidenciar e dar voz às ansiedades que viraram tão normais, principalmente em um mundo após a pandemia do Covid-19“.
O single é, também, o primeiro lançamento de uma música composta pelos três membros da banda, uma parceria que desabrochou na finalização da produção do primeiro disco.
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Para Um Jovem de Brilhante Futuro (Mixtape) – Boletos Antiaderentes

E os mineiros fanfarreiros e pastelões da Boletos Antiaderentes não vão deixar a gente sair de 2021 sem ouvir novas músicas engraçadalhas de rir à beça. Regada a muita cachaça e pão de queijo e depois do “curso de formação em curso de formação de formação em curso de forma…” (que também está neste trabalho), a mixtape “Para Um Jovem de Brilhante Futuro” traz 4 faixas dignas da startup da real, afinal que porra de futuro a gente tem?
Sempre calcado no groovin’rock com sintetizadores fritadinhos e um pop meio marmota, a banda apresenta as personas de Willi, Luciano e Marcos, palestrantes da fictícia, porém nada inverossímil STARTUP Antiaderente. Afirmo categoricamente que essa startup apoiou integralmente o touro dourado e sacudo que já bateu em retirada pois não tinha autorização para estar lá kkkkk. Sei lá mano, a mão invisível do Walter Mercado, essas parada aí.
Numa perspectiva de juventude enclausurada na telas sob constante ansiedade de zero futuro próspero, as faixas percorrem temas de ego, conflito e a paulada na cabeça da gente nesses anos 20 do caralho (já percebeu que em todo século a década de 20 é sempre extremamente fudida?). É HORRÍVEL viver a história, se fuder véi.
As músicas foram gravadas em dois dias de imersão no estúdio Mato Records, em Carmo de Minas – MG, e quem assina a produção, mix e master é Renato Cortez (Seychelles, Cérebro Eletrônico). É um lançamento conjunto com o Selo Claraboia, do Sul de Minas.
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Ouça a Mixtape:
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