Lançamentos resenha

Texto caótico sobre o não tão caótico novo disco de Tatá Aeroplano

O acúmulo de delírios de Tatá Aeroplano empregados neste disco denso e por vezes melancolicamente fritante sobre uma vida que “Não Dá Pra Agarrar”.
Foto divulgação por Luiz Romero

Não Dá Pra Agarrar” é o nome do novo disco do músico, DJ, cantor e compositor Tatá Aeroplano.

Uma doidera rock and roll psicobrega meio jupiteriana marchinha psicótica que dá peri pane nas ideias em doses cavalares de noite lua cheia que zerou as absorções enzimáticas pancréas. Na baladinha regada à solidão – da noite fria que esfria o aço frio do metrô – à meia luz vermelha hibisco que num chá, não no vinho, no chá de lágrimas de esquecimento ao aquecimento dos escapamentos fervorosos dos entregadores em suas motocas com suporte de celular eu simplesmente me perdi no que estava escrevendo e nada mais faz sentido. Chá.

A crescente sonora que puxa pra frente, joga pra trás, e puxa e emburra e vai e a gente dança numa festa maluca em contextos irrisórios onde José, depois de tantos penetras, brada no tempo ao som “viver já pesa muitos quilos” e ecoa atrás dos morros o desejo frenético de que tudo acabe nesta noite mesmo sob um sequestro pelo senhor Frito rave intergáctica. Nos delírios líricos das marchinhas pintadas em cor de saudade que lembram as madrugadas ao telefone falando freak pop com Grace Ohio sobre as melancolias adjacentes às avenidas cinzas e sujas onde almas de gatos perambulam sem sentido.

Nos letreiros enquanto o táxi passa vemos polícia bandido cachorro dentista e a luz que conduz a visão a ver o que não se enxerga sobre o sentido da vida que todos sabemos não ter sentido algum. O carro passa, o menino passa, o marreteiro passa amendoim doce salgado pururuca de um pururuca de dois mas o tempo não passa não anda entra pelo portão e se explana no que não tem nome.

A gota do desprezo escorre pinga cai enquanto aeroplanos querem ser locomotivas de vapor barato que dançam ao movimento dos barcos mesmo soluçando de solidão que chama e clama por um fim. Na velocidade da dor o cheiro de coroas de velório tomam conta de cada canto do gira gira da cabeça e a mão não aperta mais, não pega, e os olhos fecham, o dia não para mas a manhã é logo ali e há de acordar levantar e começar todo o ciclo novamente dessa vida vadia que “Não Dá Pra Agarrar”.

O Disco

Capa do disco por Luiz Romero

Não Dá Pra Agarrar” é mais um disco da incansável carreira maravilhosa de Tatá Aeroplano. É mais um disco “solo” (só no nome), afinal parcerias sempre fizeram parte de toda a obra do artista. Muitos participaram de trabalhos anteriores e sempre dão uma potência a mais em cada novo disco. Gravado em fevereiro de 2022 no Estúdio Minduca com Dustan Gallas, Junior Boca e Bruno Buarque, teve participações de Malu Maria, Bárbara Eugenia, Kika, Márcio Resende e Lenis Rino.

As composições tiveram participações de Peri Pane, Yrahn Barreto, Malu Maria, Dustan Gallas, Junior Boca e Bruno Buarque. A mixagem foi feita também por Dustan Gallas, e a masterização por Fernando Sanches no Estúdio El Rocha. A capa é uma fotografia de Luiz Romero.

O acúmulo de delírios de Tatá Aeroplano empregados neste disco denso e por vezes melancolicamente fritante sobre uma vida que “Não Dá Pra Agarrar”.

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