
“Viva Lina” é o nome do mais novo EP da Trupe Chá de Boldo. Possui 5 faixas em homenagem à Lina Bo Bardi, arquiteta modernista italiana que se radicou no Brasil onde foi responsável por grandes projetos que são admirados até hoje, como o Museu de Arte de São Paulo (MASP), Sesc Pompeia, Teatro Oficina, Casa de Vidro (Instituto Lina Bo e Pietro Maria Bardi) e muitos outros.
Em dezembro de 2018, em uma apresentação histórico no Vão do MASP, a Trupe Chá de Boldo já homenageou a arquiteta ítalo-brasileira e, na ocasião, anunciou este EP. Eu estava nesse show e fiquei muito empolgado com a notícia, já que também sou fã do trabalho de Lina. Demorou, demorou mais do que eu esperava, mas agora tenho certeza que a espera valeu à pena.
Para abrir o EP uma nova versão para a canção “À Lina”, que fechou o primeiro disco da banda (Bárbaro, 2010), sendo novamente interpretada por Ciça Góes (também formada em arquitetura). Essa música foi composta a partir da leitura coletiva de escritos e esboços da arquiteta para a construção do Teatro Oficina, situado no bairro do Bixiga (SP).
Já que estamos no assunto, a faixa “Parque do Bixiga” (lançada em fevereiro de 2019, mas composta em 2017) se apresenta como uma defesa e apoio à causa dos moradores, artistas e associações do bairro do Bixiga, sobre a área em torno do Teatro Oficina, um dos mais importantes pontos de fomentação cultural de São Paulo, com referência a Silvio Santos, que reivindicava a área em volta do teatro.
A música “Arquitetotal” também foi apresentada no show de dezembro de 2018 e celebra como Lina Bo Bardi foi uma mulher livre para criar se inspirar e transformar tudo em obras arquitetônicas incríveis. A faixa “Chama do Amor” representa o período em que a arquiteta viveu no nordeste brasileiro, principalmente na cidade de Salvador, onde também deixou sua marca. Essa música foi composta durante a primeira turnê da banda realizada pelo Nordeste brasileiro.

E para fechar o disco, claro, uma mais que merecida homenagem ao legado do MASP, uma das maiores obras da artista. “Vão Livre” foi composta no aniversário de 50 anos do museu e celebra o espaço que abriga manifestações artísticas e principalmente a resistência cultural e política não apenas da cidade de São Paulo, mas também do Brasil.
“Eu vou, você vai
Nós vamos ao vão
Do museu
E não será em vão
Cantarmos o refrão
Ele não
Ele não
Enquanto houver o vão
O canto é esse lugar
Cantando ele não”
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