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Lançamento | Machete Bomb: MXT

“MXT” é um disco que ultrapassa a barreira das sonoridades tradicionais. Machete Bomb conseguiu juntar diversos estilos opostos e, com um trabalho de produção magistral, fazer um trampo foda que mostra a entrega de coração de todos que participaram, sem deixar de lado a crítica sócio-política que sempre será necessária.
Foto Divulgação

MXT” é o nome do novo disco da banda Machete Bomb.

Entre diversos álbuns gravados em estúdio, ao vivo e versões acústicas e remixes, este novo trabalho, com certeza, é algo de especial.

Ouvi o disco todo e achei incrível, mas depois, ao saber sobre a história por trás, sobre a produção e tudo entorno dele, se tornou muito mais significativo para mim.

Madu Madureira, produtor e líder da banda, desde o início idealizou tocar cavaquinho ao invés de guitarra nas canções, isso transformou a sonoridade do grupo em algo único e muito cativante.

Recentemente, o músico passou por uma situação de intensa dor no âmbito familiar e foi incentivado por amigos a não parar com a música após ficar viúvo. Então se viu na possibilidade de encontrar um foco e se dedicar à carreira novamente.

Então o projeto “MXT coMvida” entrou em cena.

“Com um peso de uma depressão forte, eu contei com a ajuda de alguns amigos e a música para tentar me levantar. Todos os artistas convidados têm uma certa relação com a história que passei. Muitos eram amigos da Dani e todos tem um motivo especial para fazer parte. O Fred 04, por exemplo, foi quem me inspirou a tocar cavaquinho e a Dani me deu o cavaco de tanto que eu falava em Mundo Livre S/A. É uma obra feita por amigos e por pessoas que se admiram”, conta Madu.

Foto de Madu Madureira por Vinicius Grosbelli.

A sonoridade criada pelo Machete Bomb sempre me agradou muito, e neste disco não foi diferente. Mas além do heavy samba que a banda sempre trouxe e graças às parcerias de com vários músicos de estilos diferentes da música brasileira, tudo se tornou ainda mais único.

MXT” trouxe a mistura incrível de rap, samba e heavy metal, mas também tem drum’n’bass, reggae, ragga e dubstep.

O álbum abre com Alexandre Duyaer falando sobre o momento difícil que Madu passou e em como ele está sendo resiliente ao produzir esse álbum.

Ao longo da obra, há a participação de diversos artistas nacionais de diferentes gerações e projeções.

Central”, música inédita e um presente de Andó e Dedé Paraízo (Demônios da Garoa) especialmente para o projeto, ganhou colaboração da Mulamba e Tuyo. “Nunca Mais” e “Que Loucura”, de Odair José, ganhou remake de Dow Raiz e BNegão, Pete Mcee e Pecaos, além de ter o próprio Odair cantando.

Veja o Live Video da canção Que Loucura

Rodrigo Samsara e Thestrow participaram em “Buscando a Sorte”. Alienação AfroFuturista na faixa “Burn The Babylon” junto com Caio MacBeserra e em “Pixo Reto” junto com Thestrow.

E não para por aí, o disco ainda traz participações de Egypcio, Janine Mathias, Lemoskine, El Efecto, Xandão e Lobato (O Rappa), Mateo Piracés-Ugarte (Francisco, El Hombre) e Nave.

Veja o Live Video da canção Pixo Reto

Um time fudido de bom que forma uma obra rica e diversa, que passeia entre a alegria do samba, o ritmo e poesia do rap, o peso do vocal gutural e a modernidade de batidas eletrônicas.

O álbum é costurado por vinhetas entre as faixas, mostrando logo após cada canção como os respectivos artistas convidados interagiram com Madu, ilustrando o processo de produção, confirmando a amizade que ele tem com essas pessoas. Nenhuma participação foi uma escolha impessoal com o objetivo de promover o disco.

Desde novembro de 2019, o Machete Bomb foi lançando as músicas como singles. Sete delas ganharam lives, que também já foram apresentadas para o público.

Além da intro, vinhetas e música de agradecimento que fecha o álbum, o remix produzido por Nave de “Que Loucura” também é inédito.

Capa do Disco por Jorge Torres Galvão.

A capa é assinada pelo artista plástico curitibano Jorge Torres Galvão. Cada single ganhou um desenho representando um momento de Madu durante o processo e que, juntos, completam um quadro final.

E as artes do cenário das lives é assinada pelo grafiteiro Thestrow, também de Curitiba, que inclusive participa do álbum.

MXT” é um disco que ultrapassa a barreira das sonoridades tradicionais. Machete Bomb conseguiu juntar diversos estilos opostos e, com um trabalho de produção magistral, fazer um trampo foda que mostra a entrega de coração de todos que participaram, sem deixar de lado a crítica sócio-política que sempre será necessária.

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FAIXA A FAIXA POR MADU MADUREIRA

1. “Intro”

Vinheta de abertura, com prólogo de Alexandre Duayer (meu amigo e parceiro que trabalha com O Rappa, Lulu Santos, Marcelo D2), locutor de todas as vinhetas do Machete Bomb. Na base produzida por Luciano Nunes, do Dymno, DJ e produtor musical de Curitiba.

2. “Nunca Mais”

Remake da música presente no álbum O Filho de José e Maria (1977), de Odair José, com sua participação especial, além de B.Negão e Dow Raiz. Com uma nova leitura da música, os dois rappers escrevem a respeito do momento atual em que vivemos, ao mesmo tempo que retratam o luto e o renascer de momentos difíceis. Odair José, por sua vez, fecha a música com a letra original, encerrando o ciclo do luto e abrindo caminho para um novo momento, na esperança de não sofrer novamente, nunca mais.

3. “Buscando a Sorte”

Com participação de Rodrigo Samsara (Real Coletivo Dub) e Thestrow (inthefinityvoz), conta com o teor político enquanto indica uma nova trajetória para seguir em frente com a vida e buscar uma nova sorte.

4. “Burn The Babylon”

Em um crossover de ragga, samba e metal, a faixa conta com participação de Alienação AfroFuturista e Caio MacBeserra (Project46), trazendo o peso para o álbum. Retrata a vontade de tocar o foda-se nesse momento que estamos passando e meter o fogo em tudo para abrir caminho para o que vem adiante.

5. “Central”

Música de Andó, grande compositor de inúmeros sambas de artistas como Originais do Samba, Wando, Elizeth Cardoso, entre outros, e de Dedé Paraízo (Demônios da Garoa), inédita e cedida em especial para este álbum. Com participação de TUYO e de Mulamba, que também entraram com um especial adicional de letra na música. A canção fala sobre a violência generalizada nos quatro cantos do país e o descaso com a vida, que se apresenta nos discursos do “novo mundo”.

6. “Que Loucura”

Também do álbum O Filho de José e Maria, de Odair José, este remake conta com a participação de dois MCs novos na cena curitibana, Pete Mcee e Pecaos. Pontua uma nova relação entre o descaso pela vida e o fato de o quanto cada vida é importante, no meio desta loucura que é viver. Com Odair José novamente fechando com a letra original do tema de 1977, mostrando que esta história é de todos e que todos somos um só, que estamos no mesmo barco vivendo a mesma loucura.

7. “Pedra Na Vidraça”

Com Egypcio (Tihuana), Pete Mcee e Caio MacBeserra (Project46), é uma das músicas mais pesadas do álbum. É a pedra na vidraça deste governo e deste desmando atual, vivendo a ilusão de tomar o Congresso e o Planalto Central e dar o troco.

8. “Pixo Reto”

Em uma mistura de drum’n’bass, samba e harcore, a faixa conta novamente com a participação de Thestrow e do Alienação AfroFuturista. Fala sobre mandar a verdade e usar a verdade como cura. Conta também com um solo insano de cavaco, num estilo chorinho heavy metal. Para mim, a melhor música do álbum!

9. “A Ordem É Samba”

Cover do Jackson do Pandeiro, essa música representa exatamente o que é o Machete Bomb: um metaleiro tocando rock com um cavaco porque, já que estamos no país do samba, “se é samba que eles querem, então toma esse samba heavy aqui”! A nova versão ganha mais peso com o cavaco oitavado e distorcido e embala no samba com a cantora curitibana Janine Mathias, enquanto Fred 04 (Mundo Livre S/A) ciceroneia a mistura.

10. “Seu Valor”

Com Lemoskine e El Efecto, uma música sobre a história que vivi com a Dani, entre inúmeras idas e vindas, terminando nessa perda de agora. A música é uma mistura de Smashing Pumpkins com samba, como definiu o Rodrigo Lemos (Lemoskine) na vinheta que pus o áudio dele.

11. “Elo Da Corrente”

Cantada novamente por Rodrigo Samsara e com a participação de Xandão Meneses na guitarra e de Lobato nos teclados, do O Rappa, a música fala sobre o quão importante foi a união de todos para realizar o álbum e me botar para cima. Ainda manda um salve a todas as boas influências e as coisas boas e corriqueiras da vida.

12. “Se Liberta”

Com Mateo (francisco, el hombre) e Tomás (El Efecto), a música encerra o ciclo num recado dos amigos falando para eu me libertar da dor e entender o que ficou de bom, como as histórias boas, as coisas vividas juntos e em especial, os filhos.

13. “Que Loucura (Remix)”

Remix do beatmaker Nave para a música gravada para o álbum, fechando de vez que viver é essa loucura mesmo. Nave produziu artistas como Karol Conká, Marcelo D2, Emicida, Bivolt, entre outros.

14. “Agradecimentos”

É a faixa especial onde agradeço todos que participaram, tanto os artistas quanto as pessoas que colaboraram de alguma forma.

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