Resenha – Álbum | Fluhe: Sobre Nós

Foto Divulgação por Agê.

Sobre Nós” é o nome do disco de estreia do Fluhe, projeto solo do músico e compositor Chico Leibholz, ex-Boom Project, Soulstripper e Os Augustos.

Um frenesi sonoro explorando movimentações intensas e excessivas acerca de instrumentais tão bem ritmizados e às vezes ruidosos e poluídos com a sonoridade urbana que tira qualquer um de sua razão. Essa é “Afã”. Faixa de abertura do disco “Sobre Nós”.

Nós.

Do latim nos/nos.nostri.nostrum.

Nostrum = O nosso, isto é, remédio ou preparado de fórmula secreta.

Uma fórmula que não é secreta, mas com sonoridade que funciona bem como um remédio extremamente relaxante tipo os psicotrópicos naturais que nos deixam calmos e fazem viajar. Penetrante, firme, resoluto. “Sobre Nós” é isso! É todo o aglomerado experimental usado para fazer música, exprimir sensações, exalar a profundidade da mente humana.

Fluhe foi impecável. Capaz de trazer elementos do rock psicodélico, progressivo, stoner e jazz. Em praticamente todas as 11 faixas do disco você percebe todas essas influências, e todas garantem a viagem mental que nós gostamos de fazer ao ouvir alguma música.

Foto divulgação

As guitarras, algumas vezes, são vertiginosas, outras bem rasgadas. O baixo extremamente groovado acompanha cada instante das músicas e se complementa perfeitamente com a bateria que é a responsável para ditar o ritmo de tudo.

O disco é “Sobre Nós”, mas é a introspecção e a visão de mundo de Chico Leibholz que está escancarada em cada uma das notas, das melodias, harmonias e ritmos.

“Ouvi o termo ‘’nós por nós’’ em uma live da Anielle Franco. Da sua fala e ao meu entender, isso representa que nós pretos temos de fazer por nós, nos fortalecer, não podemos esperar que brancos nos digam o que fazer dentro do contexto sócio-político no qual vivemos. Talvez isso tudo seja só para desatar nós. Nó por nó, todos nós, não apenas eu.”, avalia Chico Leibholz.

O álbum praticamente não tem canções com letras (exceto a faixa “Sábado, Janeiro e Agosto”), mas músicas instrumentais sempre dizem tudo por si.

Veja o clipe da canção Sábado, Janeiro e Agosto

O Disco

O processo de criação que culminou no disco “Sobre Nós” do Fluhe teve início há cerca de seis anos, após o fim das bandas que Chico participava. Mas os primeiros passos não foram tão óbvios: o então multi-instrumentista desistiu de tocar.

“Coloquei todos os meus instrumentos à venda, e por sorte não vendi quase nada (risos). Estava cansado de passar perrengue com pessoas que não se preocupavam tanto quanto eu para um projeto musical. Enfim tirei uma pressão de me preocupar com outras pessoas, e passei a estudar formas de se compor sozinho, mas sem nenhuma pretensão.” relembra.

Em meados de 2017, Chico recebeu dois convites para tocar bateria em projetos musicais: Neptunea e Andaluz. A partir deste momento o músico voltou a dedicar-se a música, retornou a atenção para as demos que tinha abandonado e começou a construir o Fluhe, um projeto que é parte de um movimento cíclico muito intenso, tanto pessoal quanto profissional. 

Chico Leibholz comandou tudo do disco: criação, gravação, mixagem e masterização de todas as faixas. Também foi o responsável pela capa do álbum, que é um lançamento pelo selo Alcalina Records.

Capa do Disco por Chico Leibholz.

As viagens da nossa cabeça podem ser as coisas mais insanas que conseguimos presenciar, mas não entender. Mas “Sobre Nós” pode ser um portal para que seja possível compreender toda essa bagunça mental e espiritual que assola nosso antro.

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